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O meu chapéu de couro

 

É por Deus abençoado

 

O meu chapéu de couro

É por Deus abençoado

O da licença de entra nesse cercado

O da licença de entra nesse cercado

Galo canto

canto de madrugada

Esta na hora de chama a vaquejada

Galo canto de madrugada

Esta na hora de chama a vaquejada

Balança porteira velha

Porteira já balanço

Balança Porteira velha

Boiadeiro já chego.

BOIADEIRO DAS ALMAS

BOIADEIRO MENINO

BOIADEIRO SETE PORTEIRA

BOIADEIRO JOÃO DO LAÇO

BOIADEIROS

   Parece que a linha dos Boiadeiros é nova, mas não, é não. Já manifestávamos em Terreiros, Tendas e Barracões de muitas variantes do culto afro. No Catimbó é mais notável nossa presença.    Quando começou o movimento Umbanda no Astral é que nos organizamos e aguardamos a oportunidade de aparição nos Terreiros deste culto. Assim foi ocorrendo de forma regional até que nos alastramos por todos os Terreiros de Umbanda. Mas engana-se aquele que hoje pensa que esta linha de trabalho é composta por homens e mulheres da terra.Nem todos; aqui tem uma mistura grande.  Também tem o machista que prega não existir mulher na linha Boiadeiros. Então o que faríamos com as amazonas? Ou tantas “Marias Bonitas” que guerrilharam por uma vida melhor?

    Outro tanto de companheiros nesta linha são ex-Exus, ou seja, espíritos que atuaram no Grau Exu, lá nas esferas mais baixas, e que após receber a graça de se graduar na Luz, tem que passar por uma linha transitória. Eis a chave do nosso “mistério”: Boiadeiro, enquanto Grau, é um Grau de transição para espíritos que aguardam seu alocamento mais definitivo.  Neste período vamos trabalhando na Lei, colocando ordem na fronteira do meio fio entre luz e trevas. Já esta tênue linha existe dentro de cada um de nós; logo, a oportunidade de trabalhar a ordem na fronteira, nos nossos semelhantes encarnados e desencarnados é a forma que o Criador achou para que nós pudéssemos fortalecer a ordem dentro de nós mesmos.

    Com nosso laço, visto pelos clarividentes, este serve para buscar os zombeteiros e perturbadores. Nossa corda é infinitamente “elástica” e de onde estivermos, se localizarmos um ponto negativo e um perturbador, dali lançamos o laço e no laço quebramos o mal.  Somos comumente chamados nos Terreiros para limpeza pesada, pois somos mesmo aqueles que retiram a carga pesada; quando batemos nosso pé e gritamos nosso boi, não sobra mal algum em nosso redor. Por fim, nosso arquétipo é o sertanejo, o brasileiro do sertão, quer seja o guerrilheiro lampião ou o tocador de gado. No entanto nem todos foram assim. Vou tocando meu gado por aqui e desejo que o       Criador lhe ilumine!

    Da mesma maneira que os pretos-velhos representam a humildade, boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de forma simples, mas com uma força e fé muito grande. São habilidosos e valentes.
     São regidos por Iansã-Oyá e Ogum, tendo recebido da mesma autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada, onde levam cada boi (espíritos) para o seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, kiumbas e etc) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).
     Suas maiores funções não as consultas como as dos pretos-velhos, nem os passes e as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energias” aderida aos corpos, paredes e objetos. É de extrema importância esta função, pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, os boiadeiros “sempre” estarão atentos à qualquer alteração de energia do local (entrada de espíritos negativos).
    Portanto quando bradam em tom de ordem como se estivessem laçando seu gado, estão na verdade ordenando os espíritos que entraram no local a se retirarem, assim “limpam” o 
ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações já que as presenças desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes.
    Esses espíritos atendem os boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhe passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. 

     Outra grande função de um boiadeiro e manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
     Eles nos ensinam a força que o trabalho tem e que o principal elemento de sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.

 

 

Jetruá Boiadeiros!

Unknown Track - Unknown Artist
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